Depois daquele vinho

03/01/2021

Dizem que a retrospectiva da gente não interessa a ninguém. Verdade. Mas precisei fazer a contabilidade deste ano sui generis, e descobri que:

Comecei o ano fazendo o show Para viver um grande amor, com a Manu, mais de uma vez, e logo depois fiz o show Agora esse mundo é meu – canções de Fátima Guedes, na gloriosa Sala Nelson Pereira dos Santos, com meu parceiro Bilinho. Dei uma canja no show do Augusto Martins com o Pauleira, no CRMC.

Aí teve o chá de bebê da Yara, última vez que vi a galera reunida e, qdo a Paula foi pra maternidade, a Rosa ficou aqui esperando a irmã chegar, eu e o Moy online, ele no aeroporto de Roma, vindo da Rússia, a caminho do Brasil, o mundo já fechando pela Covid, de lá pra cá. Agora a Yara já tá quase andando.

Depois teve o sarau da Mellodi, o carnaval com a família Baron, em Terê. Na volta, foi aniversário da minha mãe, com a família toda. No dia 13 de março, eu e Delia gravamos o podcast Plugadas, com Elisa e Crikka. Depois, tomamos uns drinques. Aí, naquele 14 de março, rolou a derradeira noitada de vinho, com o Carlucho e a Mônica. Na volta pra casa, tirei fotos do amanhecer na praia cor de rosa, como se adivinhasse que estava me despedindo. Aí o mundo fechou.

Durante os quatro meses seguintes, não saí de casa nenhuma vez e não vi ninguém. Há quase dez meses, nunca estive presencialmente com alguém que não fosse minha mãe, minha irmã e minha sobrinha, que encontro uma vez por semana. Às vezes vejo os porteiros e os entregadores. Todos atrás de máscaras.

Sem sair de casa, lancei dois singles, pela Mills Records, com direito a entrar em playlists editoriais na Apple Music e no Spotify. Fui finalista do Festival Toca, com uma música minha. Fiz dois shows sem plateia, com o Arranco. Gravamos uns vídeos de quarentena e somos finalistas do Prêmio Profissionais da Música.


Fiz um curso de edição de vídeo e um curso de Música e negócios. Muitos workshops, cursos, palestras e aulas sobre voz e música, também estudei as plantas medicinais, o uso e manejo das ervas. Vi muitas séries e filmes. Participei de algumas lives e gravei vídeos cantando e tocando e fiz alguns episódios do meu programa Variações sobre o mesmo tema que, infelizmente, não consegui levar adiante por problemas com a internet.


Plantei um abacateiro num vaso. Promovi duas rifas e arrecadei uma bela grana pra ajudar causas importantes. Comi praticamente só comida orgânica, até pão, biscoito, doce, tudo sem glúten e feito por mim. Criei a série Comidas para o fim do mundo, e postei dezenas de fotos e receitas de comida de verdade, saudável, barata, bonita e gostosa. Tomei litros e mais litros de chás de ervas. E tb muito vinho. E cerveja. E gin. Também, sem a cachaça, ninguém segura esse rojão.

Desenhei, escrevi, costurei, compus, toquei, cantei, fiz bijuteria, sequei ervas, fiz tinturas, renovei e cuidei da casa e dos gatos.

Em 2020, dediquei cerca de mil horas às aulas de canto e suas preparações, para meus alunos maravilhosos, as pessoas que mais vi este ano, meus parceiros virtuais de todo dia, do Rio a Vancouver, com quem embarquei nessa arca louca, sem saber onde ou quando vamos aportar. Com essa quilometragem, já deve dar pra tirar algum tipo de brevê. Quando puder, quero conhecer pessoalmente os que só encontrei na tela.

Passei o Natal sozinha, de novo de quarentena porque, mesmo sem sair de casa, minha mãe pegou Covid. Embora ela tenha tido uma forma muito branda da doença, sem febre, nenhum sintoma além de cansaço, passamos umas duas semanas de muita tensão, esperando passar o perigo. Passou, ela está ótima. Comemoramos demais a passagem do ano novo, ao lado dela, todos testados, sem Covid.

Por fim, já estou quase falando gatês fluentemente, já que moro com dois gatos, Pepê e Tumtum e foi com eles que chorei minhas mágoas, conversei, dancei, dormi abraçadinha e tomei meus pileques solitários.

Deixo um agradecimento especial à minha homeopata, Cris, e ao André, meu analista, que me ajudaram a segurar essa onda sem pirar completamente. E aos amigos do além, que sempre dão aquela força.

Tenho aqui 20 músicas inéditas pra botar no mundo, um show virtual em fevereiro, com o Arranco, e uma gravação em março. Já tenho o que fazer em 2021. Dizem que a vacina vem aí, ainda em janeiro. Quem viver, verá! Axé!

dia 14 de março de 2020
essa foi a foto que tirei, voltando pra casa, depois daquele vinho, dia 14 de março de 2020

Uma resposta to “Depois daquele vinho”

  1. Juliana said

    👏🏼👏🏼👏🏼✨🥂💥2️⃣0️⃣2️⃣1️⃣💥

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