o charme da liberdade

09/08/2012

uma amiga que amo, e não vejo desde que teve filhos, me chama pra jantar, conhecer a casa nova e tal. passamos uma rápida noite juntos. agora que há bebês, crianças, escolas, empregadas, babás, esposas, maridos, quase não sobra tempo pra morrer de rir, pra comer, pra beber, pra ouvir música. só se a gente se encontrar pra tomar café da manhã no Jardim Botânico, ou pra passear de pedalinho, ou ir patinar no quadrado do Leme. enqto a petizada se diverte à larga, podemos tentar viver nossa vida de adulto. mas tem que ser rápido, antes que eles peçam alguma coisa e a gente tenha que interromper tudo o que está fazendo pra atendê-los. agora, amanhã, td mundo precisa acordar cedo pq tem natação, e pq a natação dos bebês é mais importante que um reencontro de amigos adultos, que viveram mil e uma juntos e não se veem há anos. cedo (do verbo ceder), embora me sinta como se estivesse no quadro errado. como se eu tirasse meus saltos enormes, levantasse a barra do vestido e partisse, em disparada, tentando alcançar o trem que partiu. perco a cena. tant pis…  o que é que eu estou fazendo nesse filme, mesmo?

***

saio pra ver um amigo de fora que me pergunta: “mas, vem cá, vc ainda está lutando contra vc mesma?”

3 Respostas to “o charme da liberdade”

  1. único comentário que me ocorre para este post: “deixa eu curtir o ilê” 🙂

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  2. soraya said

    o amigo de fora chegou bem. uma amiga minha desaprendeu a atenção da conversa com a maternidade. mas nem todo mundo é assim.

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  3. sô, quase todo mundo perde a atenção da conversa, temporariamente, com a maternidade. Compreensivel. O processo é realmente encantador. Mas tem gente que sai de cena pra sempre qdo os filhos nascem…

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