oversharing
26/10/2010
tenho certeza de que privacidade é um conceito que caducou com a internet. Quem viu, viu, quem não viu… nunca mais. Perdemos para sempre a noção da privacidade, conceito e valor. Definitivamente, o que era bom em segredo é muito melhor em público. Mas por que será que tenho a impressão de que essa comunicação é um empilhamento de monólogos sem feedback, onde os interlocutores podem ou não interlocutar, que dá na mesma, o que interessa é ter algo a dizer. A gente vai continuar postando detalhes de todos nós, para alguém ou ninguém ler, simplesmente porque dá a sensação de movimento, pq agora a vida tem que ser evidentemente legal e todo mundo precisa saber o quanto.
Perdi completamente a noção da vida sem essa exposição, pq tenho um pc desde os primórdios dos pcs, sempre estive em todas, nunca tive dificuldade com a linguagem de internet e fiz aquele percurso natural de descoberta, acompanhando como usuária, a evoluçao da própria tecnologia. Vi de perto o surgimento das redes de relacionamento, desde o tempo do icq, do irc, das salas temáticas de bate-papo, até o momento atual. Tenho tudo: orkut, FB, twitter, site, myspace, youtube e este blog. Nunca desligo o computador e sinceramente nao acho que isso vá mudar, pq a cada dia fica mais natural ver o mundo via web. E sem a internet, atualmente, uma cantora não existe.
A internet faz pelas pessoas o que a TV fazia antigamente, entretém, só que com a programação à escolha, individual, disponível fulltime com o adicional da interatividade. Pensou em solidão? Pensou certo.
PS: Minha sobrinha, de 9 anos, outro dia resmungou: “Poxa, nunca recebi uma carta! Só da Caixa Econômica Federal!” Mandei a carta, recheada de recortes, cartões, fotos. Souvenir de tia, pra ela ver como era a vida no tempo da privacidade.
sabe, eu nem me incomodo (muito) quando posto alguma coisa no blog, orkut ou facebook ( por enquanto só esses, que mais não dou conta) e sei que pouca gente vai ler, se é que lê. O que me incomoda muito hoje é que mesmo ao vivo e a cores tenho sempre a impressão que as pessoas não prestam atenção. Pode ser que meu papo seja chato, mas essa será a última hipótese, é claro 😉
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maray, acho que é essa síndrome do monólogo. Ninguém tem saco pra conversar, só pra falar 😉
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sou boa ouvinte!
ainda que sejam raras eu ainda escrevo cartas. Já dizia o poeta que, tem coisas que só falamos por cartas, portanto tem coisas que não estão sendo ditas.
bjinhos
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madoka, amei isso: tem coisas que não estão sendo ditas!!!! que lindo!
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tchuca!
na mosca!
no secrets…e morro de rir das configurações de pirvacidade das pages…minha vida pela web é um link aberto…sem traumas!
mas sabe que eu adoro receber cartinhas,e graças á uns amigos vintages que nem nós,o carteiro ainda bate a minha porta!
te amo,por vc teclo loucamente!
sua lulu!
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ah, lulu, então ponha-se a escrever uma carta pra mim, vou te mandar meu endereço e vc manda o seu!
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